quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

SILENCIANDO AS TURBULÊNCIAS INTERIORES


O silêncio não é apenas ausência de barulho nem interrupção da comunicação com o mundo exterior, mas um processo de chegar à tranqüilidade.

A solitude silenciosa faz avançar gradual e constantemente o discurso verdadeiro. Não estou falado de isolamento físico; aqui, solitude significa estar a sós com o Único, conhecendo o Outro transcendente, e desenvolver a consciência de sua identidade como sendo o amado. É impossível conhecer uma pessoa intimamente sem gastar tempo juntos. O silêncio faz da solitude uma realidade. Já se disse: "Silêncio é a solitude em ação".

E bem parecido com a história do executivo arruinado que foi até um sacerdote que vivia no deserto e se queixou de sua frustração na oração, sua virtude violada e seus relacionamentos falhos. O ermitão escutou atentamente a descrição que o visitante fez de suas lutas e decepções na tentativa de levar uma vida cristã. Então, foi ao recôndito escuro de sua caverna e saiu de lá com uma bacia e um jarro de água.

"Agora, observe a água enquanto a derramo na bacia", ele disse. A água esparramou no fundo e junto aos lados do recipiente. Estava agitada e turbulenta. No início, a água agitou-se, fez um redemoinho em torno da parte interna da bacia; então, gradualmente começou a se acalmar, até que, no final, as pequenas e rápidas oscilações se tornaram ondas maiores que se moviam para frente e para trás.

Depois de um tempo, a superfície se tornou tão lisa que o visitante pôde ver seu rosto refletido na água tranqüila. "É isso que acontece quando se vive constantemente em meio aos outros", disse o ermitão. "Você não se vê como realmente é por causa de toda a confusão e perturbação. Deixa de reconhecer a presença divina em sua vida, e a consciência de ser o amado lentamente desaparece."

Leva tempo para a água se acalmar. Atingir a tranqüilidade interior exige espera. Qualquer tentativa de apressar o processo apenas agita, novamente, a água.

(Trecho do Livro: 'O Impostor que Vive em Mim' de Brennan Manning)

Hoje o Salmo 46 mais uma vez falou alto no meu coração. Espero que também fale ao seu.

Todos nós enfrentamos tempestades, turbulências em nosso coração, mas, se pudermos em nossa fraqueza e pequenez enxergar que Deus ainda é e sempre será o Todo-Poderoso e, que em Suas mãos está tanto o querer quanto o efetuar, teremos forças para vivermos diante das batalhas desta vida.
Jesus está vivo e Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hebreus 13:8).

SALMOS 46:
“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.
Portanto não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares.
Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza.
Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo.
Deus está no meio dela; não se abalará. Deus a ajudará, já ao romper da manhã.
Os gentios se embraveceram; os reinos se moveram; ele levantou a sua voz e a terra se derreteu.
O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.
Vinde, contemplai as obras do SENHOR; que desolações tem feito na terra!
Ele faz cessar as guerras até ao fim da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo.
Aquietai-vos, e sabei que Eu sou Deus; Serei exaltado entre os gentios; Serei exaltado sobre a terra.
O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.“

Um abraço!-- Gean Pierre de Freitas