Perto do meio dia uma mulher caminhava nas ruas de Samaria. Seu rosto jovem, já estava cansado das lutas que diuturnamente enfrentava. Carregava um cântaro em suas costas como costumava fazer rotineiramente, porém aquele, era um dia diferente. Seu destino, o poço de Jacó, onde tirava águas todos os dias. Mas porque estava indo àquela hora, se a hora de pegar a água boa era de manhã bem cedo? Vergonha! É essa a resposta. Sempre cabisbaixa, sentia vergonha e por isto saia ao meio dia buscar água, visto que naquela hora não havia ninguém na rua para acusá-la. E qual o motivo de sua vergonha? Ela já tivera cinco maridos e o que tinha no momento não era dela. Sua cultura muito rígida, a julgava e até à chamava de prostituta, pois tivera mais de um marido. Não sabemos, mas talvez seus maridos a maltratavam. Esse era o motivo de sua vergonha, de andar de cabeça baixa diuturnamente e de sempre ficar com a água ruim. Sim! água ruim, porque ao meio dia todos na cidade já haviam tirado água do poço, sendo assim a mesma estaria imprópria para beber.
Quando vai chegando perto do poço, ela nota algo diferente; alguém está sentado perto dele. Sem dar muita atenção, vê que o mesmo é Judeu, e continua em direção ao seu destino. Já no poço, ela ouve alguém dizer: “dá-me um pouco desta água”. Virando-se vislumbra o mesmo homem, judeu, olhando fitos em seus olhos e pedindo: “dá-me de beber”. Confusa! ela diz: “Como sendo tu Judeu, pedes de beber a mim que sou samaritana?” (os judeus e samaritanos não se davam). Aquele homem, com semblante radiante, seu rosto bronzeado pelo sol do deserto e com seus olhos cheios de amor, depois de ouvi-la falar, diz: “Ah se você soubesse quem Eu sou. pedirias-me água para beber, e Eu lhe daria água da vida.” Sem entender, a mulher responde: “mas como! Se você não tem nenhum cântaro para tirar água?” O homem não se importando muito com suas indagações continua: “Aqueles que tiram água deste poço, tornarão a ter sede, mas da água que Eu lhe der, todos aqueles que beberem, jamais voltarão a ter sede”. Espantada com as palavras do homem, porém vendo que na sua voz havia alguma esperança disse: “Ah! então me de desta água, para que eu não precise voltar mais aqui” Tudo o que ela queria, era não voltar mais naquele poço, não passar mais vergonha, não precisar sair ao meio dia de sua casa, só porque todos a acusavam. Ela queria somente isto.
O homem vendo que a samaritana se interessará pela conversa falou: “Então vá e chame seu marido. “A vergonha tomou conta Dela naquele momento, porém com uma voz entre os dentes responde: “Não tenho marido.” O judeu conhecendo a situação frisou:”éé.. disseste bem, quando falastes que não nem tem marido, porque tiveste cinco e o que você tem agora não é seu.” A mulher atônita, sem saber o que fazer, se entrega dizendo: “Vejo que és profeta”. Imagino que neste momento houve um silêncio, todavia a mulher querendo se escapar da conversa muda de assunto perguntando: “Porque é que vocês Judeus, insistem em que Jerusalém é o único lugar de adoração, enquanto nós, os samaritanos, dizemos que é aqui (no monte Gerizim), onde nossos antepassados adoraram?” O homem com muita paciência responde: “Vem chegando mulher a hora em que não nos preocuparemos mais em adorar o Pai aqui ou em Jerusalém, porque não é aonde adoremos que tem valor, mas como adoramos.” Ele Continua: “A nossa adoração é espiritual e verdadeira? Temos ajuda do Espírito Santo? Porque Deus é Espírito, e nós precisamos ter ajuda Dele para adorar como devemos. O Pai quer de nós esta adoração, mas vocês os samaritanos, sabem muito pouco a respeito Dele, e adoram às cegas, enquanto nós, os Judeus, sabemos tudo a respeito Dele, pois a salvação vem ao mundo por meio dos Judeus.” A mulher ouvindo isto meio que sem saber o que dizer ressaltou: “Bem, mas ao menos eu sei que o Messias virá – aquele que Se chama o Cristo – e quando Ele vier, explicará tudo para nós.”
O homem com um sorriso no rosto se revela dizendo: “Eu sou o Messias!” A mulher eufórica pelo que ouviu, tenta dizer alguma coisa, porém a conversa é interrompida, os discípulos daquele homem que acabara de se revelar, tinham chegado de umas compras na cidade. Enquanto os discípulos daquele homem conversavam entre si, a mulher deixou seu cântaro, e saiu correndo para a cidade anunciando tudo quanto aquele Judeu havia lhe dito. Mas espere um pouco! Aquela Mulher se sentia envergonhada, cabisbaixa, triste, agora estava alegre, sem acusação sobre seus ombros e conversando com todos. O que aconteceu? Quem era aquele homem? Porque ela deixou o cântaro?
Aquele homem era Jesus, o que vive e reina para todo sempre. Aquela mulher provava de uma água ruim, estava sem expectativa para seu futuro, carregava um peso em suas costas, ou seja, o cântaro da vergonha, da acusação e do sofrimento. A partir do momento em que ela encontrou com Jesus, a vergonha foi embora, o sofrimento se esvaiu, e o cântaro foi deixado no poço.
Existem muitas pessoas, que como esta mulher, fogem de tudo e de todos, talvez porque seu passado não é um dos melhores, e por causa disto estão carregando há anos o cântaro da vergonha, do sofrimento e bebendo águas ruins desta vida. Jesus é a água da vida. Quem Dele beber jamais tornará a ter sede. Encontre Jesus neste dia, deixe seu cântaro no poço de Jacó e corra para cidade anunciar que Jesus não te acusa, que Ele te perdoa e que você não carrega mais o peso da vergonha. Jesus disse: “Vinde a mim todos vós que estais cansados, sobrecarregados que Eu vos aliviarei.” MT 11.28. Venha a Jesus, Ele pode aliviar as tuas cargas, tão somente “entregue seu caminho ao Senhor e o mais Ele tudo fará”. Sl 37.5.